quinta-feira, 28 de maio de 2009
Fomos maus alunos,gênios também foram!
Fernando e Paula
obs: está sem som porque o youtube vetou por motivos autorais =/
terça-feira, 26 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Texto do Maurício
Memórias de um usuário
Olá, eu sou o Maurício.
Minha história começou aos 16 anos. Antes já havia experimentado com meus irmãos, já os via usando rotineiramente. Quem me apresentou mesmo foi o mais velho. Disse que era legal, no final o barato era louco, arrepiava demais. Até então eu era só o caçula da mamãe, mas aos 16, entrando no ensino médio, não havia como evitar; comecei a usar de leve. O frisson do inexplorado, a disposição incipiente e cega me jogou gradualmente nesse mundo tão detestável. Aquele sistema que vai contra todos os meus princípios, mas hoje eu posso encher a boca e falar, graças à mim, eu posso dizer: “tô limpo”.
Era um livrinho ali, um resumo acolá, xeroca da nerd da sala, uma aula à tarde, prova na sexta, simulado no sábado. E aquilo tudo ia me consumindo pouco a pouco. ‘Ah, deixa pra lá, leva nas coxas, tu sempre passou no terceiro bimestre, nunca fez recuperação, fez fama deita na cama, fica tranquilo’, eu já via os sinais claros daquela dependência, já sentia necessidade de me desintoxicar, mal sabia que esse desejo, outrora e bem mais forte quase me faria desistir de tudo.
Meu irmão do meio começou a usar freneticamente, injetava tudo aquilo na veia. Respirava aquela droga toda. O mais velho já colhia os frutos daqueles anos carregando este fardo. Meu segundo ano foi mais tranquilo, para não dizer quase nulo. Sentia que podia largar aquilo tudo e viver minha vida já sem isso. Minha vontade era pegar uma mochila e cair no mundo com uma câmera, lendo os livros que eu queria e não ter que analisar Cruz e Sousa. Não aquele pensamento pragmático, tosco, tacanha. Eu queria duvidar do mundo, porque eu sabia desde meus quatorze anos quando escrevi no meu caderno de sétima série, que uma cabeça quando encontra outra idéia, nunca volta ao seu tamanho original.
Cada vez mais me desaproximava do mundo das drogas e posso dizer que nesse sentido, meu segundo ano foi fértil. Mas o homem é fraco, a carne é fraca e cede. Um ano novo começou e eu passei a usar tudo de novo. Aquela idéia arquitetada em concreto forte, se desmanchou assim, abrupta, como se terminam as coisas. Mais uma vez, injetei todo aquele sistema na minha veia, era já o meu terceiro ano na sarjeta; fumava tudo na minha frente, cheirava carreiras imensas: jornalista? Hum, vou pensar. Cineasta? Não, não, nem pro pão dá. Letras? Nem pão, nem café. Antropologia? “Isso é curso? Aonde?” Filosofia? “E vai ser professor, é?” Economia? Legal, dá grana, posso investir no mercado financeiro, comprar aquela ação da Petrobrás que tá em baixa, ficar rico… ficar rico é legal.
Se o homem é fraco, o homem dominado é mais. Debilitado, ia seguindo minha vida sem saber pra onde ir. Só ia tocando assim, nem vivendo, nem morrendo, sobrevivendo. Decorava aquilo tudo, não me reconhecia em mim e o final desse ano não poderia ser diferente. Reprovei no exame antidoping.
Com perspectivas fáceis, falsas, dizia que tava tudo encaminhado. “Ano que vem tem mais”, tranquilo. Assegurava aos meus pais: “Só mais um tirinho, daí eu vou largar esse vício, juro”, devia satisfações a eles. E achava que para se desintoxicar era necessário chafurdar no mundo das drogas. Usar mais e mais. Achava que os professores tinham de me pressionar cada vez mais para estudar, que aquela competiçãozinha diária me faria bem.
Foi um ano mais duro, estava muito infeliz. O Ministério da Saúde adverte: estudar numa sala com 115 drogados causa danos à saúde mental e física. Nada dava certo, isso me preocupava muito e foi nesse ano que quis desistir de tudo, desistir de fazer comunicação, desistir de morar fora de Goiânia, desistir de buscar o que eu quero e é de meu direito. Meu sonho era jogar na lotérica, ficar rico e poder fazer tudo aquilo que eu queria: ler os livros senão os de Cruz e Sousa, escrever, viajar por aí. Trabalharia seis meses e folgava seis, imagina! Comprava um sítio, arrumava um xodó, um cachorro e uma rede.
Mas não, eu devo satisfações aos meus pais e as chances da lotérica são bem remotas. Ainda resta em mim um otimismo inexplicável quando tudo vai se embora. A astrologia deve explicar.
No final de 2007, como não poderia ser diferente, reprovei no antidoping de novo.
Em 2008 o martírio abrandou, as coisas foram se aprumando. Foi quando percebi que se tratando de mim, respeitando o que sou não fazia sentido se jogar assim, a fossa cada vez seria mais funda. Hoje estudando Aristóteles, me sinto bem em pensar que ele pensou o mesmo que eu, mas de um jeito mais rebuscado e profundo. Aquela pressão não era pra mim. Arranjei uma namorada que realmente gostei, viajei algumas vezes, e confiante, não entrei em clínica de reabilitação, resolvi me desintoxicar sozinho. Estudava nos dias de semana, folgava o final de semana com ela. Talvez tenha abusado um pouco da confiança, foi por conta de dois itens que tive de voltar pro meu quarto e continuar essa empreitada só, mas não me arrependo deste semestre perdido. A cabeça estava boa, não me esforcei e as coisas foram acontecendo naturalmente, como as coisas tem de vir.
Mais seis meses seriam necessários para enfim sair da lama e abandonar as drogas. Penso que valeu a pena... Tenho apreciado a minha caretice. E pensar que todos os ideais arfados em cada pausa, em cada desvio de atenção, cada devaneio, apesar de persistirem, agora encontram terreno mais seguro. E já que cada um é um universo, faz sentido tudo isso. Pessoas mil, idéias mil, diferenças, planos, projetos, sonhos. Não, eu não encontrei Jesus, entrei pra universidade. Eu sei que tudo isso pode passar e ainda não é uma centelha do que deveria ser, mas vejo muita coisa boa por vir.
Maurício Campos
Olá, eu sou o Maurício.
Minha história começou aos 16 anos. Antes já havia experimentado com meus irmãos, já os via usando rotineiramente. Quem me apresentou mesmo foi o mais velho. Disse que era legal, no final o barato era louco, arrepiava demais. Até então eu era só o caçula da mamãe, mas aos 16, entrando no ensino médio, não havia como evitar; comecei a usar de leve. O frisson do inexplorado, a disposição incipiente e cega me jogou gradualmente nesse mundo tão detestável. Aquele sistema que vai contra todos os meus princípios, mas hoje eu posso encher a boca e falar, graças à mim, eu posso dizer: “tô limpo”.
Era um livrinho ali, um resumo acolá, xeroca da nerd da sala, uma aula à tarde, prova na sexta, simulado no sábado. E aquilo tudo ia me consumindo pouco a pouco. ‘Ah, deixa pra lá, leva nas coxas, tu sempre passou no terceiro bimestre, nunca fez recuperação, fez fama deita na cama, fica tranquilo’, eu já via os sinais claros daquela dependência, já sentia necessidade de me desintoxicar, mal sabia que esse desejo, outrora e bem mais forte quase me faria desistir de tudo.
Meu irmão do meio começou a usar freneticamente, injetava tudo aquilo na veia. Respirava aquela droga toda. O mais velho já colhia os frutos daqueles anos carregando este fardo. Meu segundo ano foi mais tranquilo, para não dizer quase nulo. Sentia que podia largar aquilo tudo e viver minha vida já sem isso. Minha vontade era pegar uma mochila e cair no mundo com uma câmera, lendo os livros que eu queria e não ter que analisar Cruz e Sousa. Não aquele pensamento pragmático, tosco, tacanha. Eu queria duvidar do mundo, porque eu sabia desde meus quatorze anos quando escrevi no meu caderno de sétima série, que uma cabeça quando encontra outra idéia, nunca volta ao seu tamanho original.
Cada vez mais me desaproximava do mundo das drogas e posso dizer que nesse sentido, meu segundo ano foi fértil. Mas o homem é fraco, a carne é fraca e cede. Um ano novo começou e eu passei a usar tudo de novo. Aquela idéia arquitetada em concreto forte, se desmanchou assim, abrupta, como se terminam as coisas. Mais uma vez, injetei todo aquele sistema na minha veia, era já o meu terceiro ano na sarjeta; fumava tudo na minha frente, cheirava carreiras imensas: jornalista? Hum, vou pensar. Cineasta? Não, não, nem pro pão dá. Letras? Nem pão, nem café. Antropologia? “Isso é curso? Aonde?” Filosofia? “E vai ser professor, é?” Economia? Legal, dá grana, posso investir no mercado financeiro, comprar aquela ação da Petrobrás que tá em baixa, ficar rico… ficar rico é legal.
Se o homem é fraco, o homem dominado é mais. Debilitado, ia seguindo minha vida sem saber pra onde ir. Só ia tocando assim, nem vivendo, nem morrendo, sobrevivendo. Decorava aquilo tudo, não me reconhecia em mim e o final desse ano não poderia ser diferente. Reprovei no exame antidoping.
Com perspectivas fáceis, falsas, dizia que tava tudo encaminhado. “Ano que vem tem mais”, tranquilo. Assegurava aos meus pais: “Só mais um tirinho, daí eu vou largar esse vício, juro”, devia satisfações a eles. E achava que para se desintoxicar era necessário chafurdar no mundo das drogas. Usar mais e mais. Achava que os professores tinham de me pressionar cada vez mais para estudar, que aquela competiçãozinha diária me faria bem.
Foi um ano mais duro, estava muito infeliz. O Ministério da Saúde adverte: estudar numa sala com 115 drogados causa danos à saúde mental e física. Nada dava certo, isso me preocupava muito e foi nesse ano que quis desistir de tudo, desistir de fazer comunicação, desistir de morar fora de Goiânia, desistir de buscar o que eu quero e é de meu direito. Meu sonho era jogar na lotérica, ficar rico e poder fazer tudo aquilo que eu queria: ler os livros senão os de Cruz e Sousa, escrever, viajar por aí. Trabalharia seis meses e folgava seis, imagina! Comprava um sítio, arrumava um xodó, um cachorro e uma rede.
Mas não, eu devo satisfações aos meus pais e as chances da lotérica são bem remotas. Ainda resta em mim um otimismo inexplicável quando tudo vai se embora. A astrologia deve explicar.
No final de 2007, como não poderia ser diferente, reprovei no antidoping de novo.
Em 2008 o martírio abrandou, as coisas foram se aprumando. Foi quando percebi que se tratando de mim, respeitando o que sou não fazia sentido se jogar assim, a fossa cada vez seria mais funda. Hoje estudando Aristóteles, me sinto bem em pensar que ele pensou o mesmo que eu, mas de um jeito mais rebuscado e profundo. Aquela pressão não era pra mim. Arranjei uma namorada que realmente gostei, viajei algumas vezes, e confiante, não entrei em clínica de reabilitação, resolvi me desintoxicar sozinho. Estudava nos dias de semana, folgava o final de semana com ela. Talvez tenha abusado um pouco da confiança, foi por conta de dois itens que tive de voltar pro meu quarto e continuar essa empreitada só, mas não me arrependo deste semestre perdido. A cabeça estava boa, não me esforcei e as coisas foram acontecendo naturalmente, como as coisas tem de vir.
Mais seis meses seriam necessários para enfim sair da lama e abandonar as drogas. Penso que valeu a pena... Tenho apreciado a minha caretice. E pensar que todos os ideais arfados em cada pausa, em cada desvio de atenção, cada devaneio, apesar de persistirem, agora encontram terreno mais seguro. E já que cada um é um universo, faz sentido tudo isso. Pessoas mil, idéias mil, diferenças, planos, projetos, sonhos. Não, eu não encontrei Jesus, entrei pra universidade. Eu sei que tudo isso pode passar e ainda não é uma centelha do que deveria ser, mas vejo muita coisa boa por vir.
Maurício Campos
quarta-feira, 29 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Trabalho da Laura
Após alguns meses de insistência, a revista PERFIL conseguiu uma entrevista com a doutoranda em comunicação social Laura Chaer, vencedora de diversos prêmios de jornalismo e que vive o início de uma carreira promissora neste meio. O curioso é que Laura apenas aceitou marcar um horário conosco se fizéssemos uma reportagem diferente das muitas que já existem sobre a jornalista.
Começamos então perguntando sobre a infância de nossa entrevistada, mais especificamente de sua vida escolar. “Sempre fui muito dedicada”-ela diz-“Até mesmo saltei uma série pois já sabia ler e escrever”. Este fato fez com que Laura estivesse sempre um ano adiantada na escola, o que a deixava um ano mais nova que todos os seus amigos, detalhe que a moça diz ter sido crucial para seu amadurecimento.
A partir do sexto ano (extinta quinta série) do primário, a repórter conta ter ficado desleixada e ter parado de levar a escola a sério, isso desencadeava muitas brigas e broncas em casa, mas ainda assim ela não fazia nenhum dever ou trabalho. Apesar do relaxamento, Laura nunca teve problemas com nota no ensino fundamental.
Ao ingressar no ensino médio no colégio Galois, que Laura diz ter sido um dos momentos mais importantes (apesar de bastante fútil) de sua vida, as coisas mudaram um pouco de figura. Com o objetivo de entrar na Universidade de Brasília em sua mente, a jornalista queria estudar e se dedicar, porém a falta de ritmo de estudos que havia adquirido até então atrapalhou um pouco esta meta. O que realmente colocava Laura diante dos livros era sua dificuldade com física e matemática.
Realizada a primeira etapa do Programa de Avaliação Seriada da já citada UnB, Laura pode perceber que, mesmo vivendo um certo desleixo, tinha chances de passar nessa seleção, devido à grande presença de ciências humanas e artes nas provas, área na qual a doutoranda sempre apresentou facilidade, em contraponto às ciências exatas. Este estímulo se mostrou ainda maior após a publicação do resultado desta etapa, em que Laura obteve uma excelente nota.
No segundo ano do ensino médio, a célebre entrevistada diz ter estudado ainda menos que no primeiro ano, se é que isso era possível, por isso sua nota decaiu um pouco. Seus pais não se agradaram com tal decadência, mas Laura sabia que estava mantendo um ritmo que seria suficiente para sua aprovação na Universidade. “Mas o seguro morreu de velho”-ela nos fala-“Por isso, ao fim do terceiro ano, ingressei em um cursinho pré-pas achando que iria levar a sério e estudar bastante. Não foram bem assim as coisas, mas acho que as aulas foram mais um empurrãozinho para que eu fosse aprovada”.
Após realizar a terceira etapa, Laura se sentiu confiante, o que não impediu que o nervosismo tomasse conta da moça no dia da divulgação do resultado. Assim que ficou sabendo deste, a jornalista diz ter sentido uma das melhores sensações da sua vida e ter saído para comemorar com os amigos, alguns destes também aprovados.
“Não me arrependo do modo como conduzi minha vida escolar”-nos conta-“Mas se pudesse voltar atrás, teria sido mais atenta a algumas aulas, pois são coisas que eu jamais terei a oportunidade de aprender de novo”. Laura Chaer cursou comunicação social na UnB com habilitação para jornalismo e fez várias especializações em diferentes setores. “Sou bastante realizada na minha profissão e a indico para qualquer um, mas já deixo o aviso: é necessário que gostar bastante de ler e ter facilidade para a escrita”, finaliza.
Começamos então perguntando sobre a infância de nossa entrevistada, mais especificamente de sua vida escolar. “Sempre fui muito dedicada”-ela diz-“Até mesmo saltei uma série pois já sabia ler e escrever”. Este fato fez com que Laura estivesse sempre um ano adiantada na escola, o que a deixava um ano mais nova que todos os seus amigos, detalhe que a moça diz ter sido crucial para seu amadurecimento.
A partir do sexto ano (extinta quinta série) do primário, a repórter conta ter ficado desleixada e ter parado de levar a escola a sério, isso desencadeava muitas brigas e broncas em casa, mas ainda assim ela não fazia nenhum dever ou trabalho. Apesar do relaxamento, Laura nunca teve problemas com nota no ensino fundamental.
Ao ingressar no ensino médio no colégio Galois, que Laura diz ter sido um dos momentos mais importantes (apesar de bastante fútil) de sua vida, as coisas mudaram um pouco de figura. Com o objetivo de entrar na Universidade de Brasília em sua mente, a jornalista queria estudar e se dedicar, porém a falta de ritmo de estudos que havia adquirido até então atrapalhou um pouco esta meta. O que realmente colocava Laura diante dos livros era sua dificuldade com física e matemática.
Realizada a primeira etapa do Programa de Avaliação Seriada da já citada UnB, Laura pode perceber que, mesmo vivendo um certo desleixo, tinha chances de passar nessa seleção, devido à grande presença de ciências humanas e artes nas provas, área na qual a doutoranda sempre apresentou facilidade, em contraponto às ciências exatas. Este estímulo se mostrou ainda maior após a publicação do resultado desta etapa, em que Laura obteve uma excelente nota.
No segundo ano do ensino médio, a célebre entrevistada diz ter estudado ainda menos que no primeiro ano, se é que isso era possível, por isso sua nota decaiu um pouco. Seus pais não se agradaram com tal decadência, mas Laura sabia que estava mantendo um ritmo que seria suficiente para sua aprovação na Universidade. “Mas o seguro morreu de velho”-ela nos fala-“Por isso, ao fim do terceiro ano, ingressei em um cursinho pré-pas achando que iria levar a sério e estudar bastante. Não foram bem assim as coisas, mas acho que as aulas foram mais um empurrãozinho para que eu fosse aprovada”.
Após realizar a terceira etapa, Laura se sentiu confiante, o que não impediu que o nervosismo tomasse conta da moça no dia da divulgação do resultado. Assim que ficou sabendo deste, a jornalista diz ter sentido uma das melhores sensações da sua vida e ter saído para comemorar com os amigos, alguns destes também aprovados.
“Não me arrependo do modo como conduzi minha vida escolar”-nos conta-“Mas se pudesse voltar atrás, teria sido mais atenta a algumas aulas, pois são coisas que eu jamais terei a oportunidade de aprender de novo”. Laura Chaer cursou comunicação social na UnB com habilitação para jornalismo e fez várias especializações em diferentes setores. “Sou bastante realizada na minha profissão e a indico para qualquer um, mas já deixo o aviso: é necessário que gostar bastante de ler e ter facilidade para a escrita”, finaliza.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
A Sala Escura.
Por Renata Costa Gomes.
No primeiro ano do Ensino Médio, a minha não era o que se pode chamar de uma turma calma. Freqüentemente, alguém era expulso de sala, e ocorria ao menos uma suspensão a cada semana. Os tipos que faziam parte da turma eram dos mais variados. Havia as garotas estudiosas com seus cadernos coloridos e suas canetas cheirosas, os roqueiros com seus cabelos longos, os pagodeiros, que matavam aulas às pencas, o grupo que não estava nem aí e os indefinidos. Eu fazia parte dos indefinidos. Eu acho.
Motivos para rir não faltavam naquela sala, seja das piadas dos professores, seja das gracinhas dos alunos. Lembro-me de algumas situações com grande clareza. No último dia de aulas do primeiro semestre, um de meus colegas passou a manhã inteira acusando o professor de História de exagerar na bebida. Alcoólica. Ao final da aula desse professor, ele recomendou-nos: “Juízo nas férias. Mantenham-se sóbrios.” Eu não resisti a responder: “O Senhor também, professor”.
Houve uma aula de Artes Visuais em que a professora estava mostrando-nos a arte dos maias e astecas. Ela destacou a curiosidade de que essas civilizações construíam aquedutos para transportar água por grandes distâncias. Então um colega levantou a mão e: “Mas professora, existia água naquela época?”.
Além dessas, houve muitas outras situações engraçadas, mas a que mais se destaca em minha memória é de um dia em que faltou luz. A primeira aula da manhã era Gramática, e todos detestavam o professor. Antes mesmo que a aula pudesse começar, faltou luz no prédio inteiro. O professor ficou sentado em sua mesa, enquanto nós nos dispersamos pela sala e começamos a conversar, a ouvir música e a andar de um lado para o outro. Houve um momento em que o professor conseguiu emprestado um celular com lanterna e começou a olhar o diário de classe e mais alguns papéis. Isso tudo durou cerca de quinze minutos.
De repente, as luzes se acenderam. Uma colega nossa, porém, passando próximo ao interruptor, apagou-as novamente. O professor não viu seu gesto e pensou que fosse mais um blecaute. Depressa, nós desligamos os ventiladores e continuamos o que estávamos fazendo, ou seja, nada produtivo. Mais quinze minutos se passaram até que o professor levantou-se de sua cadeira, caminhou até a porta – que estivera aberta durante todo esse tempo – e constatou que todas as outras salas estavam claras e com aulas em andamento. Sério, ele apertou o interruptor e as luzes se acenderam. Poucos de nós se esforçaram em fazer uma expressão de espanto e, aos poucos, todos voltaram a seus lugares e sentaram-se. O professor tentou dar uma aula acelerada, como tentativa de nos punir, imagino, mas seus esforços foram inúteis, já que dar uma aula pior do que as que ele normalmente dava é humanamente impossível.
Com esse episódio, nós ganhamos mais um motivo para rir. O que eu aprendi sobre Gramática o ano inteiro? Absolutamente nada. A moral da história? Seja mais esperto! Se estiver em uma sala com as luzes apagadas, olhe através da porta para ver se há luzes no corredor, ao invés de ficar olhando para uma folha de papel com uma lanterna de celular.
No primeiro ano do Ensino Médio, a minha não era o que se pode chamar de uma turma calma. Freqüentemente, alguém era expulso de sala, e ocorria ao menos uma suspensão a cada semana. Os tipos que faziam parte da turma eram dos mais variados. Havia as garotas estudiosas com seus cadernos coloridos e suas canetas cheirosas, os roqueiros com seus cabelos longos, os pagodeiros, que matavam aulas às pencas, o grupo que não estava nem aí e os indefinidos. Eu fazia parte dos indefinidos. Eu acho.
Motivos para rir não faltavam naquela sala, seja das piadas dos professores, seja das gracinhas dos alunos. Lembro-me de algumas situações com grande clareza. No último dia de aulas do primeiro semestre, um de meus colegas passou a manhã inteira acusando o professor de História de exagerar na bebida. Alcoólica. Ao final da aula desse professor, ele recomendou-nos: “Juízo nas férias. Mantenham-se sóbrios.” Eu não resisti a responder: “O Senhor também, professor”.
Houve uma aula de Artes Visuais em que a professora estava mostrando-nos a arte dos maias e astecas. Ela destacou a curiosidade de que essas civilizações construíam aquedutos para transportar água por grandes distâncias. Então um colega levantou a mão e: “Mas professora, existia água naquela época?”.
Além dessas, houve muitas outras situações engraçadas, mas a que mais se destaca em minha memória é de um dia em que faltou luz. A primeira aula da manhã era Gramática, e todos detestavam o professor. Antes mesmo que a aula pudesse começar, faltou luz no prédio inteiro. O professor ficou sentado em sua mesa, enquanto nós nos dispersamos pela sala e começamos a conversar, a ouvir música e a andar de um lado para o outro. Houve um momento em que o professor conseguiu emprestado um celular com lanterna e começou a olhar o diário de classe e mais alguns papéis. Isso tudo durou cerca de quinze minutos.
De repente, as luzes se acenderam. Uma colega nossa, porém, passando próximo ao interruptor, apagou-as novamente. O professor não viu seu gesto e pensou que fosse mais um blecaute. Depressa, nós desligamos os ventiladores e continuamos o que estávamos fazendo, ou seja, nada produtivo. Mais quinze minutos se passaram até que o professor levantou-se de sua cadeira, caminhou até a porta – que estivera aberta durante todo esse tempo – e constatou que todas as outras salas estavam claras e com aulas em andamento. Sério, ele apertou o interruptor e as luzes se acenderam. Poucos de nós se esforçaram em fazer uma expressão de espanto e, aos poucos, todos voltaram a seus lugares e sentaram-se. O professor tentou dar uma aula acelerada, como tentativa de nos punir, imagino, mas seus esforços foram inúteis, já que dar uma aula pior do que as que ele normalmente dava é humanamente impossível.
Com esse episódio, nós ganhamos mais um motivo para rir. O que eu aprendi sobre Gramática o ano inteiro? Absolutamente nada. A moral da história? Seja mais esperto! Se estiver em uma sala com as luzes apagadas, olhe através da porta para ver se há luzes no corredor, ao invés de ficar olhando para uma folha de papel com uma lanterna de celular.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Vida Acadêmica
Conhecida por muitos como tampinha ou Betinha, Roberta sempre foi uma aluna dedicada. Na verdade, como ela mesma diz uma aluna preocupada demais. Estudou mais da metade de sua vida em uma escola religiosa e bem pequena. Lá Roberta fez grandes amizades que estão com ela até hoje. Porém, quando estava na sexta série, ela mudou de escola, foi para uma escola maior e muito diferente daquele mundo que ela estava habituada. O susto ao chegar à escola nova foi bem grande, mas como Roberta sempre teve muita facilidade em fazer amigos, logo conheceu pessoas maravilhosas.
Sua turma formada na sétima série ficou junta até o terceiro-ano do ensino médio, então para Roberta ela era como sua segunda família. Foram muitas as saídas, as festas, as conversas, as piadas, as brincadeiras, as sessões de cinema com brigadeiro e muito, mas muito, estudo. Sua turma de amigos mais próximos sempre se preocupou com os estudos, ainda mais quando entraram no ensino médio e o terror do vestibular começou a rondar suas vidas. Entretanto nossa futura jornalista sempre foi a mais nervosa e ansiosa da turma. Nunca vi alguém para passar tão mal e tremer tanto na véspera de uma prova. Foram tantos remédios, tantas conversas com professores amigos e um tratamento regular com uma psicóloga. O motivo, creio que até hoje ainda não descobriram, mas foi tão grande a ajuda que Roberta recebeu que hoje ela já consegue controlar o nervosismo, ou ao menos já aprendeu a lidar com ele.
Durante a conversa que tive com ela, pude perceber que ao longo de sua vida escolar, o ano que mais deixou saudades foi o terceiro ano. Roberta explica que apesar de toda a pressão pré-vestibular e todas aquelas matérias para estudar, esse foi o ano que marcou sua vida. Ela conta que era muito dedicada, estudava dia e noite e às vezes até no sonho sonhava com a resposta de um problema matemático. Não foi a toa que muitos a chamavam de neurótica, mas Roberta não dava à mínima, pois sabia que seu esforço seria recompensado um dia. Além disso, ela tinha um sonho a ser realizado, passar na UnB no curso de Comunicação Social. Esse era seu objetivo naquele momento e ela estava disposta a se esforçar muito para alcançá-lo. Roberta conta que seus professores e orientadoras já a conheciam, afinal estava sempre nos plantões e quando batia o desespero corria para aquelas pessoas que ela sabia que iriam lhe ajudar. “E realmente ajudaram”, diz Roberta.
Entretanto, caros leitores, não pensem que o terceiro-ano da nossa jornalista foi só esse pânico todo. Muito pelo contrário, ela pode conhecer pessoas incríveis, que estiveram ao seu lado em todos os momentos, mesmo naqueles mais difíceis. “Todos estávamos no mesmo barco, tínhamos que nos ajudar senão não daríamos conta nunca”, conta Roberta. Além disso, ela pode estreitar grandes e fortes laços de amizade, uma amizade verdadeira e sincera.
Foi no terceiro-ano também que ela teve momentos de alegria plena. O primeiro foi a semana cultural, na verdade a última dentro de sua vida estudantil. A semana cultural era uma gincana da escola que unia a turma entorno de várias atividades. Roberta conta que nunca viu sua turma tão unida e tão feliz. “Se estávamos perdendo, quem ligava, o importante era estar ali com aquelas pessoas maravilhosas, torcendo por nossa equipe e aproveitando ao máximo um momento que sabíamos que chegaria ao fim” . E chegou, ela contou para a nossa equipe que no último dia todos os alunos do terceiro-ano da escola se reuniram e pularam, cantaram e choraram, choraram muito. Era o fim de uma etapa e o começo de outra, porém nessa nova etapa as vidas não seriam as mesmas, cada um seguiria seu caminho.
O segundo momento que marcou a vida de nossa entrevistada de uma forma inexplicável foi a formatura. “A energia que rondava aquele lugar era impressionante, era uma energia contagiante, podia perceber a felicidade de cada um por estar participando daquele momento.” Foram muitas as fotos que Roberta nos mostrou, ela contou que tentou aproveitar ao máximo aquela semana de festa com sua turma e guardar o máximo de recordações possíveis.
Ao final de nossa entrevista, Roberta reafirmou que vai sentir muita saudade de seus tempos de escola, das histórias, das palavras, dos momentos e, principalmente, das pessoas. Contudo ela está super animada com a nova etapa da sua vida estudantil, a Universidade. Nossa entrevistada começa amanhã suas aulas, no curso que sempre sonho e na universidade que sempre desejou.
Roberta e sua turma durante a última semana cultural da sua escola.
“Simplesmente inesquecíveis”
Sua turma formada na sétima série ficou junta até o terceiro-ano do ensino médio, então para Roberta ela era como sua segunda família. Foram muitas as saídas, as festas, as conversas, as piadas, as brincadeiras, as sessões de cinema com brigadeiro e muito, mas muito, estudo. Sua turma de amigos mais próximos sempre se preocupou com os estudos, ainda mais quando entraram no ensino médio e o terror do vestibular começou a rondar suas vidas. Entretanto nossa futura jornalista sempre foi a mais nervosa e ansiosa da turma. Nunca vi alguém para passar tão mal e tremer tanto na véspera de uma prova. Foram tantos remédios, tantas conversas com professores amigos e um tratamento regular com uma psicóloga. O motivo, creio que até hoje ainda não descobriram, mas foi tão grande a ajuda que Roberta recebeu que hoje ela já consegue controlar o nervosismo, ou ao menos já aprendeu a lidar com ele.
Durante a conversa que tive com ela, pude perceber que ao longo de sua vida escolar, o ano que mais deixou saudades foi o terceiro ano. Roberta explica que apesar de toda a pressão pré-vestibular e todas aquelas matérias para estudar, esse foi o ano que marcou sua vida. Ela conta que era muito dedicada, estudava dia e noite e às vezes até no sonho sonhava com a resposta de um problema matemático. Não foi a toa que muitos a chamavam de neurótica, mas Roberta não dava à mínima, pois sabia que seu esforço seria recompensado um dia. Além disso, ela tinha um sonho a ser realizado, passar na UnB no curso de Comunicação Social. Esse era seu objetivo naquele momento e ela estava disposta a se esforçar muito para alcançá-lo. Roberta conta que seus professores e orientadoras já a conheciam, afinal estava sempre nos plantões e quando batia o desespero corria para aquelas pessoas que ela sabia que iriam lhe ajudar. “E realmente ajudaram”, diz Roberta.
Entretanto, caros leitores, não pensem que o terceiro-ano da nossa jornalista foi só esse pânico todo. Muito pelo contrário, ela pode conhecer pessoas incríveis, que estiveram ao seu lado em todos os momentos, mesmo naqueles mais difíceis. “Todos estávamos no mesmo barco, tínhamos que nos ajudar senão não daríamos conta nunca”, conta Roberta. Além disso, ela pode estreitar grandes e fortes laços de amizade, uma amizade verdadeira e sincera.
Foi no terceiro-ano também que ela teve momentos de alegria plena. O primeiro foi a semana cultural, na verdade a última dentro de sua vida estudantil. A semana cultural era uma gincana da escola que unia a turma entorno de várias atividades. Roberta conta que nunca viu sua turma tão unida e tão feliz. “Se estávamos perdendo, quem ligava, o importante era estar ali com aquelas pessoas maravilhosas, torcendo por nossa equipe e aproveitando ao máximo um momento que sabíamos que chegaria ao fim” . E chegou, ela contou para a nossa equipe que no último dia todos os alunos do terceiro-ano da escola se reuniram e pularam, cantaram e choraram, choraram muito. Era o fim de uma etapa e o começo de outra, porém nessa nova etapa as vidas não seriam as mesmas, cada um seguiria seu caminho.
O segundo momento que marcou a vida de nossa entrevistada de uma forma inexplicável foi a formatura. “A energia que rondava aquele lugar era impressionante, era uma energia contagiante, podia perceber a felicidade de cada um por estar participando daquele momento.” Foram muitas as fotos que Roberta nos mostrou, ela contou que tentou aproveitar ao máximo aquela semana de festa com sua turma e guardar o máximo de recordações possíveis.
Ao final de nossa entrevista, Roberta reafirmou que vai sentir muita saudade de seus tempos de escola, das histórias, das palavras, dos momentos e, principalmente, das pessoas. Contudo ela está super animada com a nova etapa da sua vida estudantil, a Universidade. Nossa entrevistada começa amanhã suas aulas, no curso que sempre sonho e na universidade que sempre desejou.
Roberta e sua turma durante a última semana cultural da sua escola.
“Simplesmente inesquecíveis”
domingo, 19 de abril de 2009
Minha vida chocolate
Minha vida escolar antes da Unb, puxa, nunca pensei muito sobre isso antes. Eu acho que tive muitas oportunidades nesse sentido “escolar”. Posso dizer que vi os dois lados da moeda. Euestudei tanto em escola pública quanto em escola privada. Meus primeiros anos devem ter sido divertidos, não me lembro muito bem. Uns sons de risada aqui, uma cor que foi importante ali. Nada é muito claro na minha mente agora. Uma história que nunca canso de ouvir é sobre o meu primeiro dia de aula. Eu tinha uns 4 anos quando minha mãe me levou para minha primeira escolinha. O nome da escola era Cambalhota e tinha uma foquinha como logo. Não me pergunte o porquê dessa foca. Minha mãe estava morrendo de medo. Eu fui a primeira filha e ela me teve muito jovem, então, era normal ela se sentir super-protetora. Ela disse que quem realmente sofreu foi ela. Ela contou que eu nem me despedi dela, simplesmente virei as costas e fui embora com a minha professora e os meus colegas. E isso é, de certa forma, uma coisa que me define. Eu tive que aprender a não me apegar muito às coisas porque eu sempre estava mudando de cidade e de escola (meu pai é bancário, sempre sendo transferido). Isso é uma característica que sempre carreguei comigo. Nunca fui dependente de professores nem de colegas. Sempre fui atrás das coisas eu mesma e isso acabou sendo bom pra mim porque sei que de agora em diante as cobranças serão maiores. As coisas ficaram muito mais sérias agora. Estamos estudando não por simplesmente estudar, mas estamos nos preparando para o que vamos fazer profissionalmente e essa questão traz muitas responsabilidades.
Meu ensino fundamental foi tranquilo. Tive uma professora na escola pública que acredito que tenha marcado a vida de muitas pessoas. Me lembro de uma vez quando vários professores entraram em greve e ela foi umas das poucas que disse que não prejudicaria os alunos dela com isso. Esse tipo de coisa pode parecer insignificante mas não o é. Ela tinha um senso de comprometimento muito grande com os alunos dela e isso é que às vezes faz a diferença para o aluno.
Agora estou chegando na parte que me lembro melhor. A 5ª série foi uma grande mudança para mim. Foi o ano em que eu me mudei para Brasília. Como todo começo é, foi realmente difícil. Brasília é uma cidade muito fria para quem vem de fora e fria no sentido de não receber bem as pessoas. Mas, com o tempo, conheci pessoas muito especiais. Nessa época eu me sentava mais na frente da sala. Eu sentava onde meus amigos estavam. Sempre foi assim. Lá pela sétima série, eu me sentava no fundão. Como eu disse, eu sentava onde meus amigos estavam, não importava se era fundão ou primeira carteira. E eu acho que a posição que você ocupa numa sala de aula não define coisa nenhuma. Eu participei dos dois mundos, por assim dizer. E isso nunca me atrapalhou ou ajudou. Conheci pessoas que sentavam no fundão que se deram muito bem e pessoas que sentavam na frente só pra bagunçar. Acho que esse conceito de “fundão” já caiu.
Quando você está no fundamental a escola é mais uma obrigação social. Eu, pelo menos, não pensava o quanto aquilo que eu estava estudando seria importante lá na frente. A escola era simplesmente um ponto de convívio social. E aí a gente se forma e entra no ensino médio.E é a partir daí que a palavra “vestibular” faz parte da sua vida todo santo dia. O que eu posso dizer do ensino médio é que foi uma das experiências mais recompensadoras que eu tive.
Existem vários motivos para esta minha afirmação.
1. Foi a a partir do meu primeiro ano que eu decidi que seria uma jornalista. Não vou explicitar os motivos que me levaram a essa escolha por não considerar relevante ao texto. Mas posso dizer que foi muito importante ter uma estabilidade na escolha da minha profissão.
2. Foi nos meus anos de ensino médio que conheci os meus melhores amigos, aqueles do tipo que vão ser seus padrinhos de casamento e padrinhos dos seus filhos.
3. Foi no meu segundo e terceiro ano que tive aula com o melhor professor da minha vida, pelo menos até agora. E foi por esse motivo que eu aprendi a dar tanto valor aos professores realmente bons, aqueles que deixam marcas profundas em você e que fazem você ter essa determinação em ser o melhor em tudo o que você faz.
Até aqui eu só fiz um brevíssimo resumo da minha vida escolar. Mas há muitas críticas que eu gostaria de fazer às escolas e principalmente à escola que eu me formei. Na 7ª série eu comecei a fazer um curso de teatro nesta escola. O curso tinha sido uma iniciativa do nosso professor de artes. Esse curso foi extremamente importante pra mim. Ele me proporcionou ser uma pessoa menos tímida e mais aberta a expressar minhas opiniões. Mas todos os trabalhos que realizamos foi com o esforço redobrado dos integrantes da companhia. Nós não tínhamos nenhum apoio da escola para realizarmos os nossos projetos. Quando tentamos fazer uma apresentação na feira de ciências da escola fomos tratados com indiferença. Ninguém se interessou pela nossa apresentação, fomos interrompidos diversas vezes por outros grupos da feira simplesmente porque a escola não organizou corretamente o evento. Se tivessem se interessado pelo nosso trabalho, teriam levado em conta de que precisávamos de silêncio na hora do espetáculo.
Eu poderia ficar falando de mil e uma coisas que deram errado com esta escola. Mas quis chamar atenção a este fato porque é isso que enxergo nas escolas de hoje. Escolas que se preocupam muito mais com conteúdo acadêmico do que com a formação social e intelectual do aluno.
Eu gostaria de ter tido uma escola que desse apoio ao esporte, à música, ao teatro porque todas essas experiências são extremamente ricas na formação de um ser humano.
Quando olho pra trás e penso que agora estou na Universidade de Brasília e que muitas pessoas dessa minha antiga escola ficaram sabendo disso eu só consigo pensar numa coisa: essa escola não se importa com o que fiz ou deixei de fazer lá dentro. O que importa é o nome de uma aluna deles na lista de aprovados da Unb.
E penso, agora, que minha vida escolar pode ser comparada ao chocolate amargo. Doce no começo mas que deixa um gostinho amargo no final. Mas nem por isso deixa de ser delicioso por quem sabe apreciar a mistura da doçura com a amargura.
Livea Chefer
Comunicação Social – 1º2009
Turma B
Meu ensino fundamental foi tranquilo. Tive uma professora na escola pública que acredito que tenha marcado a vida de muitas pessoas. Me lembro de uma vez quando vários professores entraram em greve e ela foi umas das poucas que disse que não prejudicaria os alunos dela com isso. Esse tipo de coisa pode parecer insignificante mas não o é. Ela tinha um senso de comprometimento muito grande com os alunos dela e isso é que às vezes faz a diferença para o aluno.
Agora estou chegando na parte que me lembro melhor. A 5ª série foi uma grande mudança para mim. Foi o ano em que eu me mudei para Brasília. Como todo começo é, foi realmente difícil. Brasília é uma cidade muito fria para quem vem de fora e fria no sentido de não receber bem as pessoas. Mas, com o tempo, conheci pessoas muito especiais. Nessa época eu me sentava mais na frente da sala. Eu sentava onde meus amigos estavam. Sempre foi assim. Lá pela sétima série, eu me sentava no fundão. Como eu disse, eu sentava onde meus amigos estavam, não importava se era fundão ou primeira carteira. E eu acho que a posição que você ocupa numa sala de aula não define coisa nenhuma. Eu participei dos dois mundos, por assim dizer. E isso nunca me atrapalhou ou ajudou. Conheci pessoas que sentavam no fundão que se deram muito bem e pessoas que sentavam na frente só pra bagunçar. Acho que esse conceito de “fundão” já caiu.
Quando você está no fundamental a escola é mais uma obrigação social. Eu, pelo menos, não pensava o quanto aquilo que eu estava estudando seria importante lá na frente. A escola era simplesmente um ponto de convívio social. E aí a gente se forma e entra no ensino médio.E é a partir daí que a palavra “vestibular” faz parte da sua vida todo santo dia. O que eu posso dizer do ensino médio é que foi uma das experiências mais recompensadoras que eu tive.
Existem vários motivos para esta minha afirmação.
1. Foi a a partir do meu primeiro ano que eu decidi que seria uma jornalista. Não vou explicitar os motivos que me levaram a essa escolha por não considerar relevante ao texto. Mas posso dizer que foi muito importante ter uma estabilidade na escolha da minha profissão.
2. Foi nos meus anos de ensino médio que conheci os meus melhores amigos, aqueles do tipo que vão ser seus padrinhos de casamento e padrinhos dos seus filhos.
3. Foi no meu segundo e terceiro ano que tive aula com o melhor professor da minha vida, pelo menos até agora. E foi por esse motivo que eu aprendi a dar tanto valor aos professores realmente bons, aqueles que deixam marcas profundas em você e que fazem você ter essa determinação em ser o melhor em tudo o que você faz.
Até aqui eu só fiz um brevíssimo resumo da minha vida escolar. Mas há muitas críticas que eu gostaria de fazer às escolas e principalmente à escola que eu me formei. Na 7ª série eu comecei a fazer um curso de teatro nesta escola. O curso tinha sido uma iniciativa do nosso professor de artes. Esse curso foi extremamente importante pra mim. Ele me proporcionou ser uma pessoa menos tímida e mais aberta a expressar minhas opiniões. Mas todos os trabalhos que realizamos foi com o esforço redobrado dos integrantes da companhia. Nós não tínhamos nenhum apoio da escola para realizarmos os nossos projetos. Quando tentamos fazer uma apresentação na feira de ciências da escola fomos tratados com indiferença. Ninguém se interessou pela nossa apresentação, fomos interrompidos diversas vezes por outros grupos da feira simplesmente porque a escola não organizou corretamente o evento. Se tivessem se interessado pelo nosso trabalho, teriam levado em conta de que precisávamos de silêncio na hora do espetáculo.
Eu poderia ficar falando de mil e uma coisas que deram errado com esta escola. Mas quis chamar atenção a este fato porque é isso que enxergo nas escolas de hoje. Escolas que se preocupam muito mais com conteúdo acadêmico do que com a formação social e intelectual do aluno.
Eu gostaria de ter tido uma escola que desse apoio ao esporte, à música, ao teatro porque todas essas experiências são extremamente ricas na formação de um ser humano.
Quando olho pra trás e penso que agora estou na Universidade de Brasília e que muitas pessoas dessa minha antiga escola ficaram sabendo disso eu só consigo pensar numa coisa: essa escola não se importa com o que fiz ou deixei de fazer lá dentro. O que importa é o nome de uma aluna deles na lista de aprovados da Unb.
E penso, agora, que minha vida escolar pode ser comparada ao chocolate amargo. Doce no começo mas que deixa um gostinho amargo no final. Mas nem por isso deixa de ser delicioso por quem sabe apreciar a mistura da doçura com a amargura.
Livea Chefer
Comunicação Social – 1º2009
Turma B
A vida escolar em um artigo
por Bárbara Cabral
A idade é um constante transformador de ideias e personalidade, com Bárbara não foi diferente, a moça, com atualmente 18 anos, passou por metamorfoses ao logo da sua vida escolar. Sempre certinha, Babi, como é conhecida pelos amigos, estudou em três escolas do DF: Pedacinho do Céu, durante o jardim de infância; Marista João Paulo II,onde cursou o ensino fundamental e Galois,ensino médio.Poucas recordações ficaram,mas as mais relevantes jamais serão esquecidas.
No tempo em que estudou no Marista, Bárbara demonstrou ser uma ótima aluna, tinha pouca dificuldade com os deveres, era responsável e inteligente, até chegar à sétima serie,quando começou,efetivamente, sua adolescência. Festas e ficadas começaram a ser mais importantes do que tarefas e provas, a turma do fundão parecia ser mais atraente, quem sentava com os nerds nunca seria popular.Mas Babi se destacava entre outros populares,visto que mesmo indo a baladas e sentando na última carteira suas notas continuavam ótimas.O auge foi a oitava série,quando conhecia bastante gente,pois já estudava lá há mais de sete anos.Contudo estava chegando o ensino médio,o PAS e seus pais resolveram coloca-la em uma escola que fosse mais direcionada para esses assuntos,foi então que se matriculou no colégio Galois.
Bárbara entrou no Galois sem conhecer ninguém, o que dificultou as relações, a matéria também era bastante difícil, foi lá que ela tirou sua primeira nota vermelha e percebeu que a popularidade já não era tão importante em meio a tantas pessoas com o mesmo objetivo: passar no vestibular. O fundão já não era tão cobiçado, o melhor era sentar no máximo na terceira carteira para garantir o futuro profissional. O lema da escola era: ou você passa no vestibular, ou você morre. Com tanta pressão, Bárbara estudou muito durante o primeiro ano o que lhe rendeu uma boa nota no primeiro PAS, no segundo ano não foi muito bem, mas ainda havia alguma chance, sabendo que a última prova do programa é a que mais vale. Por isso estudou bastante durante o terceiro ano. O primeiro semestre, na verdade, foi muito cômodo, mas quando soube que seu namorado havia passado no meio do ano, esforçou-se para passar pelo o PAS, o que não aconteceu.Entretanto a esperança é a última que morre,o vestibular estava lá,Bárbara fez um intensivo de um mês em um cursinho.Algumas semanas sem o salão de beleza e sem festas foram recompensada,ela alcançou seu objetivo,agora está aqui lhe escrevendo este artigo,se é que isto pode ser chamado de artigo.
A idade é um constante transformador de ideias e personalidade, com Bárbara não foi diferente, a moça, com atualmente 18 anos, passou por metamorfoses ao logo da sua vida escolar. Sempre certinha, Babi, como é conhecida pelos amigos, estudou em três escolas do DF: Pedacinho do Céu, durante o jardim de infância; Marista João Paulo II,onde cursou o ensino fundamental e Galois,ensino médio.Poucas recordações ficaram,mas as mais relevantes jamais serão esquecidas.
No tempo em que estudou no Marista, Bárbara demonstrou ser uma ótima aluna, tinha pouca dificuldade com os deveres, era responsável e inteligente, até chegar à sétima serie,quando começou,efetivamente, sua adolescência. Festas e ficadas começaram a ser mais importantes do que tarefas e provas, a turma do fundão parecia ser mais atraente, quem sentava com os nerds nunca seria popular.Mas Babi se destacava entre outros populares,visto que mesmo indo a baladas e sentando na última carteira suas notas continuavam ótimas.O auge foi a oitava série,quando conhecia bastante gente,pois já estudava lá há mais de sete anos.Contudo estava chegando o ensino médio,o PAS e seus pais resolveram coloca-la em uma escola que fosse mais direcionada para esses assuntos,foi então que se matriculou no colégio Galois.
Bárbara entrou no Galois sem conhecer ninguém, o que dificultou as relações, a matéria também era bastante difícil, foi lá que ela tirou sua primeira nota vermelha e percebeu que a popularidade já não era tão importante em meio a tantas pessoas com o mesmo objetivo: passar no vestibular. O fundão já não era tão cobiçado, o melhor era sentar no máximo na terceira carteira para garantir o futuro profissional. O lema da escola era: ou você passa no vestibular, ou você morre. Com tanta pressão, Bárbara estudou muito durante o primeiro ano o que lhe rendeu uma boa nota no primeiro PAS, no segundo ano não foi muito bem, mas ainda havia alguma chance, sabendo que a última prova do programa é a que mais vale. Por isso estudou bastante durante o terceiro ano. O primeiro semestre, na verdade, foi muito cômodo, mas quando soube que seu namorado havia passado no meio do ano, esforçou-se para passar pelo o PAS, o que não aconteceu.Entretanto a esperança é a última que morre,o vestibular estava lá,Bárbara fez um intensivo de um mês em um cursinho.Algumas semanas sem o salão de beleza e sem festas foram recompensada,ela alcançou seu objetivo,agora está aqui lhe escrevendo este artigo,se é que isto pode ser chamado de artigo.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Ideias e filosofias de futuros intelectuais
Como havia prometido aqui está o blog da nossa amada disciplina Comunicação e Universidade(CU,ops,CEU).Aqui publicaremos nossos pensamentos e trabalhos produzidos em aula,ou seja, será o nosso espaço.Sintam-se à vontade para mandar suas ideias,sugestões e críticas.
Ah,estou esperando os trabalhos sobre a vida escolar.
Beijinhos,
Bárbara Cabral (barbara.pcabral@hotmail.com)
merchandising : http://www.pouconormal.blogspot.com/ (meu blog)
Ah,estou esperando os trabalhos sobre a vida escolar.
Beijinhos,
Bárbara Cabral (barbara.pcabral@hotmail.com)
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